terça-feira, 26 de dezembro de 2017

"Saldade"...

A dor da tua ausência
tem o gosto salgado das lágrimas
que correm pela minha face 
e tocam meus lábios sedentos
de ti...

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Sobre viagem e amor...

When in Rome...

Sigo a vagar por ROMA,
dou-me a conhecer outras paragens.
Há perdas na ânsia de encontrar a mim.
Os não-lugares  muito me trazem,
as não-línguas muito me dizem,
mas nada se compara a ti, minha menina.
És o lugar no qual me espelho,
és a língua que eu melhor compreendo.
Tenho em ti, meu bem,
o anagrama perfeito de minha vaguidão...

sábado, 24 de junho de 2017

...



2 em 1

O que tem em teu corpo que me inebria até a alma?


Sou dominado pelo teu cheiro.
Um cativo à espera do açoite. 

Entrego-me a ti de todo.
Fúria e ternura entre mãos, pernas, dedos e línguas. 

O teu toque e o calor da tua boca me enlouquecem.
Saio de mim e entro em ti!

O teu sussurro ao pé do ouvido me desmonta.
Tu te enroscas comigo e me delicias. 

Não sei o que é.
Apenas sinto uma profusão de coisas cá dentro.

Talvez, apesar de clichê,
Seja o amor materializado no instante em que somos um só.

A fuga pela palavra...

Presença-ausência

Há noites em que pareço estar só.

Mas na verdade há uma solidão a me seguir 
E se faz presente. 
Ofereço a ela cervejas, cigarros e poemas.
Porém...ela só quer bailar.
Quando será a última dança? 
Quando ouviremos a canção pela última vez?
Chove!
Talvez seja a metáfora de um eu inundado por dentro 
Que amo essa solidão que me acompanha...
Que está tão perto e tão longe de mim.
E fez-se amor nesse estar só...fez-se vida, 
Tal qual a flor de Drummond que rompera o asfalto,
O amor veio da solidão que me segue hoje
E seguirá sempre...

Depois de um tempão...cá estou eu...


Só à noite

Procuro caminhos,

Encontro-os vazios.
As luzes dessa cidade gélida
Falam comigo
E me aquecem.

Estou mudo,

Mudado, mudando
Cotidianamente.
O vinho me acompanha
E acalma meu coração.

Com o passar das horas

O frio aumenta.
Volto para casa, 
Estou só entre livros,
Roupas e fotografias. 

O que me resta além da memória?

O quarto parece cada vez maior.
O vinho ainda me acompanha.
Então, ponho-me a te olhar.
Estás tão perto...

Sinto que o remédio para a solidão

Está em mim, 
Pois, tu aqui habitas!
Tens em meu corpo
Tua morada acalentadora.

Descubro que aquele vinho

Não acalma mais do que teu sorriso.
Que as luzes dessa cidade
Não me falam nem aquecem tanto 
Como teus olhos.

Então, percebo que o verbo amar

Tem outro significado
Quanto és tu
O complemento que faltava
Em minha vida...